quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

amar, um verbo que vai

 
Mas somos amigos, é óbvio.
O que chamas de deslize, chamo de amor experimentado em outros territórios
Nossa amizade é um grande oceano onde sempre me joguei em qualquer parte sem medo dos tubarões.
Agora conheço seu toque, e conheces o meu
E a textura real de sua pele, muito além de beijinhos e abraços de despedidas
E  conheces a minha
Sabemos: foi natural e bom
Um presente, naquele nosso presente, onde compartilhamos sonhos
E um prazer imenso de ficar juntos
E essa vai ser uma das primeiras poesias que não te mostrarei, diferente das tantas outras em que você sempre foi  a primeira cobaia de minhas palavras
Se um dia descobri-la
Talvez já estaremos em outros campos
Pois que agora escrevo-a em meio ao mar revolto
E, entre as ondas, tentando me salvar
Em busca de uma areia que me acolha
E de um sol que acarinhe meu corpo, como quem diz “tá tudo bem”.
E não a toa, o tempo lá fora chora. Faz aumentar minha melancolia
E eu entendi que te amo mais que nunca
Esse medo inesperado de me jogar  em nossas  águas tão límpidas,
Me faz tremer. Mas sei que passa.
Como disse: Tudo é uma grande poesia etérea, descarnada. O mais belo oceano, o único que existe.
Sei me adaptar ao seu bel prazer, para não te perder, nos perder. Teus olhos são preciosos para mim.
Te quero além dos conceitos sociais
És homem, sou mulher
E somos amantes.
Sendo amar, ir além.
Além de mim.
Além de nós.
Além.

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