segunda-feira, 27 de julho de 2015

Bonito

Sobre uma água verde-azul cristalina
Me joguei desesperada de vida
Era cedo. Numa terra distante
Coberta de calcário
Bonita.

E nem imaginei que naquela caminhada leve a noite  na rua
Seria a nossa última caminhada leve a noite na rua

E te ouvi me expulsar de você sem perceber.
De vez.

Pulsei a semana toda com medo da solidão
Da sua solidão
Mas me enganei

Era a minha







João Bosco


Rezei para o céu .
E pedi mil vezes.
O sonho mais improvável é vivo
Talvez  seja a volta transtornada
Da fresta que sobrou da porta que ainda não cicatrizou.

 Toda estrada mesmo em obras
Indica caminhos novos sem que a contagem dos anos possa valer

Já que os anos são apenas cálculos histéricos de algo que não se sabe o que.

O tempo das coisas é o sol a brilhar depois do tormento.
Pra que talhar meu corpo seu ainda posso andar?
Pra que encerrar o coração se ainda posso marcar o ritmo
E me enfeitiçar?

E quando menos esperar, vou chorar
Ao ouvir a canção num violão
E a voz suave e forte
Que me faz ressuscitar
De novo
E de novo
E de novo


domingo, 12 de julho de 2015

O sol

Que traz a calmaria .
A paz é o som de Minas Gerais.
Depois de tanta água, o respiro volta ao normal.
O coração sabe falar melhor que a boca.
Quando o amor é maior que as dores.
A noite dos entorpecentes já não me seduz
Antes de sair pelo mundo a fora
Vou reconhecer todos os lugares aqui dentro
Só assim poderei encarar todos os tempos
Tempo, que é sinônimo de toda a cura

E a porta para todo recomeço.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

A tempestade



Que chega sem pedir licença  e arrebata tudo por todos os lados
Faz vazar o corpo em lágrimas
E o único calmante é deixar ela chegar no auge
Para passar carregada de cansaço
No dia seguinte, ainda estou inteira
E talvez mais forte
O corpo ainda sente os estilhaços
Compreendendo que quando guardamos os sentimentos em latas
Uma hora passa do prazo
Os enlatados
Explodem em efeito dominó
Agora na calma, cabe ter a mesma coragem do enfrentamento
Porque no dia sol, o que se quer é ser feliz
Ainda que preso no receio
Não me conheço o tanto para ser realmente livre
Não me basto para sentir a dor de uma morte
Mas que a morte é na verdade a transformação.